A ré misteriosa, melodrama circense baseado no filme Madame X, expõe a história de uma mulher que abandona o marido e o filho pequeno depois de um escândalo extraconjugal. Tempos depois tenta voltar ao lar mas é rejeitada e, na marginalidade, acaba cometendo um crime. No seu julgamento, ocultando sua origem, será defendida pelo próprio filho.
A ré misteriosa faz parte do projeto Baú da Arethuzza, contemplado pela 21ª edição do Programa Municipal de Fomento ao Teatro para a cidade de São Paulo. Nesta pesquisa, Os Fofos Encenam se propuseram a investigar a evolução da teatralidade circense (cenografia, dramaturgia e interpretação) durante o período de 1910 à 1950, a partir da realização de cinco montagens que aconteceram ao longo de 2013.
Nos anos 30, o Melodrama era sucesso absoluto no Circo-Teatro. Este gênero sempre foi o forte do Arethuzza.
As primeiras versões cinematográficas da peça A ré misteriosa, de Alexandre Bisson, estrearam nos anos de 1910, 1916 e 1920, com o nome de Madame X. Na época, o barato era assistir ao filme e ir ao circo para conferir o quão semelhante eram as duas versões. O circo queria ser Hollywood. Buscando a cópia, o espetáculo circense evoluiu: figurino, iluminação, cenário, interpretação, ganharam contornos mais refinados. E a ausência do diretor no Circo-Teatro era preenchida pelas referências hollywoodianas.
A nossa versão baseia-se nesse momento da história do circo, optando por uma encenação de inspiração cinematográfica. Entretanto, buscamos o essencial; adaptação, interpretação, luz e cenário trazem o público para o séc. XXI, para que este se identifique com a história e se emocione, como acontecia no circo. Não queremos a paródia do melodrama e, sim, refletir sobre seus conceitos.
texto original
Alexandre Bisson
tradução
Gomes Cardim
direção
Fernando Neves
assistente de direção
Paula Hemsi
direção musical
Fernando Esteves
elenco
Carlos Ataide, Cris Rocha, Eduardo Reyes, Erica Montanheiro, Katia Daher, Marcelo Andrade, Paulo de Pontes, Rafaela Penteado, Rodrigo Pocidônio, Stella Tobar e Zé Valdir
consultoria artística
Antonio Santoro
espaço cênico
Fernando Neves, Marcelo Andrade e Zé Valdir
iluminação
Eduardo Reyes e Paula Hemsi
figurino
Bruno Spitaletti
fotografia de cena
Ligia Jardim
direção de produção
Eduardo Reyes
Duração: 100 min.
Classificação: 12 anos