Negociante rico e ganancioso incentiva seu sobrinho pobre a enriquecer com o dote proveniente do casamento com a amada. Sem saber que a pretendente do sobrinho é a própria filha, o negociante dá conselhos de como proceder no golpe, dando corda para se enforcar.
Dar corda para se enforcar faz parte do projeto Baú da Arethuzza, contemplado pela 21ª edição do Programa Municipal de Fomento ao Teatro para a cidade de São Paulo. Nesta pesquisa, Os Fofos Encenam se propuseram a investigar a evolução da teatralidade circense (cenografia, dramaturgia e interpretação) durante o período de 1910 à 1950, a partir da realização de cinco montagens que aconteceram ao longo de 2013.
Nesta última montagem, apresentamos uma chanchada. Este gênero é a alma do artista popular, é o momento do improviso e da criatividade. Segundo Oscar Neves, o Thomé, palhaço do Pavilhão-Teatro Arethuzza, “a chanchada é uma coisa que a gente inventa, arranja fora, coisa de última hora. Às vezes, a gente tá trabalhando e alguém da plateia dá uma chanchada pra cima da gente.”
Como se vê, pela citação de Thomé, existe uma diferença muito grande na maneira de se enxergar um produto artístico. Se para o circense “chanchar” é uma habilidade inerente a um bom artista, para a cultura erudita a chanchada é um produto sem valor. Segundo o dicionário Aurélio, chanchada é “peça ou filme sem valor, em que predominam os recursos cediços, as graças vulgares ou a pornografia; qualquer espetáculo de pouco ou nenhum valor.”
Para os Fofos foi um grande aprendizado: pensar em um modo muito diferente na condução da comédia, dando toda a liberdade para o ator criar seu espetáculo, sem a preocupação com a lógica, tendo em vista o lado mais histriônico do personagem. Nossa chanchada parodia diversos gêneros teatrais. A interpretação abusa dos clichês, buscando um lugar do humor que ainda não havíamos explorado.
O espetáculo participou do festival Janeiro Brasileiro da Comédia, na cidade de São José do Rio Preto e da Virada Cultural Paulista, com apresentação em Piracicaba, em 2014
autor
José Joaquim da Silva
direção
Fernando Neves
assistente de direção
Paula Hemsi
direção musical
Fernando Esteves
elenco
Breno Tavares, Carlos Ataíde, Cris Rocha, Eduardo Reyes, Erica Montanheiro, Katia Daher, Marcelo Andrade, Paulo de Pontes, Stella Tobar e Zé Valdir
atrizes substitutas
Carol Badra, Laíza Dantas, Paula Hemsi e Rafaela Penteado
espaço cênico
Fernando Neves, Marcelo Andrade e Zé Valdir
iluminação
Eduardo Reyes e Paula Hemsi
figurino
Bruno Spitaletti
assistência de figurino
Breno Tavares
fotografia
Ligia Jardim
direção de produção
Eduardo Reyes
Duração: 50 min.
Classificação: 14 anos