A Mulher do Trem tem como cenário a sala de visitas de uma casa da classe média carioca de meados do século XX. No dia do casamento dos personagens centrais, o noivo, mais velho do que a noiva, aconselha o sogro a ser mais enérgico com a esposa, porque considera a sogra uma ditadora. Ele conta também suas aventuras de solteiro, enfatizando o caso que teve com uma mulher misteriosa, em um trem que fazia o percurso Rio – São Paulo. Revela que essa mulher sempre foi um mistério em sua vida pois nunca chegou a ver seu rosto ocultado por um chapéu.
A sogra, que ouve tudo escondida, planeja uma vingança: depois da cerimônia, revela ao genro ser ela a mulher do trem, e que sua única filha é fruto daquele encontro. O conflito está armado pois estamos diante de um caso em que o marido acha que é o pai da esposa.
Todos os elementos do espetáculo estão dispostos conforme a tradição circense. A maquiagem é trabalhada com cores diversas para exacerbar o caráter não realista desta linguagem teatral. De acordo com a pesquisa do grupo sobre a tipologia circense (galãs, ingênua, vilões etc), a escolha das cores de cada personagem-tipo está relacionada a função que o ele exerce nessa dramaturgia. A trilha sonora é executada ao vivo por um pianista.
Segundo espetáculo do repertório da companhia, A Mulher do Trem é a montagem mais premiada do grupo – sete prêmios no Festivale (Festival de Teatro de São José dos Campos – 2003), prêmio Shell 2003 de melhor figurino, troféu Terça Insana 2004 para melhor espetáculo de comédia e indicação ao prêmio Qualidade Brasil 2004 nas categorias melhor diretor de comédia e melhor atriz cômica (Carol Badra). Comédia francesa escrita no século 19, A Mulher do Trem foi montada pela primeira vez no Brasil em 1920, no Circo Colombo, mantido pelo avô do ator Fernando Neves, que assina a direção da montagem.
texto
Maurice Hennequin e Georges Mitchell
direção
Fernando Neves
direção musical e pianista
Fernando Esteves
arranjo da música Belo Par
Pedro Paulo Bogossian
elenco
Carlos Ataide, Cris Rocha, Eduardo Reyes, Erica Montanheiro, José Roberto Jardim, Katia Daher, Marcelo Andrade, Paulo de Pontes, Stella Tobar e Zé Valdir
atores alternantes
Alex Gruli, Carol Badra, Fernando Neves, Rodrigo Pocidônio e Silvia Poggetti
cenário
Leopoldo Pacheco e Marcelo Andrade
figurino
Carol Badra e Leopoldo Pacheco
Iluminação
Eduardo Reyes
fotografia de cena
Christina Rufatto
direção de produção
Eduardo Reyes
Duração: 90 min.
Classificação: 12 anos